Isla Margaritha - 2006

Empresas parceiras que ajudaram a concretizar essa expedição:





No dia 1o. de fevereiro de 2006, Eu e meu amigo e companheiro de estrada Bráulio, saímos para mais uma viagem. Depois de conhecermos Machu Picchu e Nazca no Peru em 2004, agora nosso destino é Isla Margaritha, umas das Ilhas do Caribe no Litoral Venezuelano. Mas o caminho nos reservava algumas surpresas, esta viagem mostra a dificuldade que é chegar ao norte do Brasil, isolado por água por todos os lados brasileiros.



1 de fevereiro de 2006: Saímos bem cedo de Cuiabá-MT para Vilhena-RO(762Km), no Km 200, chegando em Cáceres a Moto do Bráulio acabou a gasolina. Nesse trecho um fato que mostra que o mundo da voltas, na nossa ultima viagem, a moto do nosso amigo Getúlio acabou a gasolina nesse trecho, e quem o socorreu foi o Bráulio, mas dessa vez a moto que acabou a gasolina foi a do Bráulio chegando em Cáceres-MT. A Falcon durante toda a viagem fez média de 14Km/l e a minha XT600 Curiosamente fez 22Km/l na primeira abastecida e resto da viagem não passou de 16Km/l...forças ocultas. Chegamos em Vilhena-RO, as 17:30, nos hospedamos no Hotel Shallon, apto. completo por R$ 55,00 e café da manha com direito a pizza e salgados feitos na hora.





2 de fevereiro de 2006: Com destino a Porto Velho-RO(736Km), asfalto com alguns buracos, aqui é necessário mais atenção. Nessa região fica claro que o desmatamento na floresta amazônica avança a cada dia. Ao longo da estrada é possível acompanhar trechos recém desmatados por corrente e um fato curioso, ha uma faixa de floresta na beira da estrada que deve ter no máximo uns 50 metros de largura, creio que com a intenção de enganar quem passa por ali, pois atrás daquela estreita floresta o que a há mesmo é campo com plantações e criação de gado.



Chegamos em Porto Velho o dia ainda estava claro, ligamos para nosso amigo Gerber , que nos acolheu em sua casa e nos auxilio na compra das passagens e envio das motos no barco para Manaus, grande amigo e pessoa fantástica. A primeira coisa a fazer foi descer para o Porto. Em Porto Velho-RO a estrutura portuária é bem simples, quando chegamos um batalhão de pessoas nos cercaram, oferecendo mão de obra para embarcar as motos e intermediando vendas das passagens. Da praia até a embarcação que serve como ancoradouro para os barcos, o acesso é feito através de pranchas de madeira e é por ali que a motos são levadas, equilibradas por 3 ou 4 pessoas ... como balança aquelas pranchas... acho que tivemos sorte das motos não terem caídas no rio.


 Uma vez as motos já no barco, o problema é descê-las no porão de cargas, isso é feito através de cordas e de muita gente ajudando, até o fundo do porão são mais ou menos uns 3 metros. Como não havia mais vagas para pessoas, pois o barco estava lotado, embarcamos as motos em Porto Velho-RO e seguimos no dia seguinte de táxi para Humaitá-RO, lá não tem fiscalização das Capitanias dos Portos e vai gente até pendurada. No trecho que vai para Humaitá o Asfalto esta em péssimo estado de conservação. Na pressa de não perdermos o barco, o taxista atropelou uma onça, nem paramos para vê-la e nem tempo daria, pois quando chegamos em Humaitá o barco já estava saindo.



3, 4 e 5 de fevereiro de 2006: Aqui começou nossa jornada pelo Rio Madeira rumo a Manaus-AM. Essa viagem que somente ocorria na minha imaginação agora era realidade, um sonho que se torna realidade, é uma conquista e aqui estou eu. Confesso que preocupado devido ao fato de cargas não terem seguro.


Se eu falasse que a viagem é confortável e agradável estaria mentindo mas pelo menos uma vez na vida seria bom que todos a fizessem.

O Rio Madeira Justifica o nome que tem. Enquanto o barco segue rio abaixo, lado a lado flutuando nos segue, arvores inteiras com raiz e copa, galhos, tronco secos que viajam em pé trazendo grande perigo para a embarcação, isso ocorre durante toda a viagem. O barco que pegamos é o Almirante Moreira, dizem ser o melhor, com dois pisos para as redes, quatro camarotes com ar condicionado e um terraço para o forrozão. Como o 1o. piso estava todo ocupado com batatas e cebolas, quase 200 pessoas se acomodaram no 2o. piso. As redes se emaranharam umas nas outras, soltar um "pum" ali, seria impossível descobrir o culpado.

A água usada no barco é a mesma do rio, na hora do banho tínhamos a impressão de sair mais sujo ainda, escovar dentes com aquela "lama" de fato é uma experiência única.



O custo da passagem é de R$ 100,00 para pessoas e R$ 150,00 para cada moto, incluído todas a refeições, a quantidade de pessoas que cabem no refeitório é limitada, então se forma uma fila, conforme vai saindo uma pessoa entra outra, é assim no café da manha, almoço e jantar.

No Terraço funciona um barzinho, churrasco quase todos os dias o som alto rola o dia inteiro e até quase de madrugada, enquanto o DVD do Kalipso e Calcinha Preta toca, jogos de cartas e dominó é a atividade de passa tempo.

Encontramos no barco uma mulher, cuja a irmã estava no barco que afundou em 2004. Na ocasião a senhora estava com duas crianças no barco, que foram salvas dentro de uma caixa de isopor que estava sendo usada para conservar peixes. Muita gente morreu, principalmente crianças. Nosso barco estava super lotado , muitas crianças, não havia coletes para todos e andamos três dias nessa situação e não houve nenhuma fiscalização.



Observando a margem do rio, fica claro que o Amazonas parece ser um outro mundo. Pequenas chácaras produzindo principalmente Banana e mandioca a todo momento, pequenas cidade no meio da floresta como Manicoré-AM , Novo Aripuanã-AM e Borba-AM embelezam a viagem tornando-a peculiar.

Chegamos a Manaus dia 5 de madrugada, agora é terra firme Rumo a Boa Vista-RR.

6 de fevereiro de 2006: Em Manaus-AM, como teríamos que esperar o comércio abrir, ficamos numa conveniência dentro de um posto de gasolina e pela primeira vez, vi ao amanhecer, uma revoada de Urubus. As 9:30h já com o óleo das motos trocados seguimos para Rorainópolis-RR(496Km), mas ao sair de Manaus, o trevo estava em reforma, sem nenhuma sinalização e acabamos pegando a estrada errada, andamos 80Km até Rio Preto da Eva, mas valeu pela estrada, em meio a floresta cheio de pequenos balneários.


(Acredite, mas as motos foram embarcadas por essa pinguela da foto)

Estrada boa até a reserva Indígena Waimiri Atroari que tem 130Km de extensão, o calor estava escaldante, o barulho que os pneus Samson faziam ao rodar pareciam ser de caminhão, borracha macia, extremamente confiável nas curvas, o asfalto parecia ter vidros espalhados pelo tanto que brilhava.

Dentro da reserva do lado Amazonense, o asfalto é muito bom, já do lado de Roraima está em péssimo estado de conservação. Durante todo esse trajeto não é permitido parar, tirar fotos, fazer filmagem. São 130Km da mais exuberante natureza, floresta densa, pequenos lagos e nenhum vestígio de degradação da natureza , as vezes aparecia um indiozinho com arco e flechas maior que ele, bom se tivesse mais reservas assim. Ano passado uma pessoa parou na aldeia pra tirar fotos, mesmo sabendo que era proibido, o carro quase foi destruído e teve que sair corrido. A reserva é protegida por lei e o decreto que proíbe tirar fotos e filmagens é o 97.837/89 de 16 de junho de 1989, é um estado dentro do Brasil , só que com leis próprias. A polícia ali pouco pode fazer.



As motos com suspensão trail (XT600 e Falcon) passaram sem problemas, mas como a estrada dentro da reserva estava muito ruim, e a moto do Bráulio perdeu muito rendimento por sujeira no carburador a viagem não rendeu, pensávamos em dormir em Boa-Vista-RR mas chegamos em Rorainópolis-RR ás 18:00h e ficamos por ali mesmo

7 de fevereiro de 2006: Seguimos bem cedo para Boa Vista-RR(274Km) , é uma cidade fantástica, limpa, organizada. Nas vias públicas tem locais separados para estacionar moto e carros e se desrespeitar é multa , as faixas de pedestres tambem são respeitadas e em todas elas tem um amarelinho (guarda de transito).

É necessário pegar no DETRAN uma autorização para entrar com veículos na Venezuela. Se o veículo for financiado é necessário uma autorização da empresa para o veículo sair do pais e se não estiver no nome do condutor é necessário uma autorização do proprietário do veículo com firma reconhecida em cartório.

Documentação tudo pronta, seguimos para a fronteira por mais 240Km, totalizando no dia 514Km, até Pacaraima(Br) sem postos de gasolina, quando chegamos as motos já estavam na reserva, Bráulio tinha menos de 0,5 litro de gasolina na Falcon, como já havia fechado a fronteira, fomos providenciar um hotel. ficamos hospedado no Hotel Pacaraima, bem na entrada da cidade, enfrente a rodoviária. Nesse local é possível fazer cambio e a 14 Km dali a gasolina é quase de graça.

8 de Fevereiro de 2006: Em Pacaraima-RR logo cedo já fomos providenciar os documentos para entrar na Venezuela, primeiro carimbar o passaporte de saída do Brasil na Policia Federal e depois no lado venezuelano, pegar autorização para translado na Venezuela e carimbar no passaporte a entrada no pais. Aqui surgiu um problema, Bráulio que mora no Brasil a 18 anos é de nacionalidade Peruana e para ele foi solicitado visto de entrada, o que não acontece com brasileiros. Ao voltar em Boa Vista-RR, o consulado Venezuelano encaminhou ele para Brasilia-DF, devido ao fato de Cuiabá não ser região do consulado de Roraima ...resultado... Bráulio voltou a Pacaraima e foi fazer um tour para o Monte Roraima , sua viagem mudou de estilo, agora é um Toyota 4x4 que da um descanso para a bunda mas que exige mais dos pés pois são 30Km de caminhada até o maior Tapuy da América do Sul.



Eu segui em diante sozinho, com um friozinho na barriga devido ao fato de não falar espanhol mas que serviu de superação, pois uma barreira foi quebrada. Depois que sofri um seqüestro relâmpago em Lá Paz na Bolívia, fiquei com receio de viajar sozinho, mas dessa vez ocorreu tudo bem.


9 de fevereiro de 2006: Até quem enfim chego na Venezuela, pasmem vcs, mas encher um tanque da XT 600 com menos de R$ 1,00 é uma maravilha e nem fazem questão de valor exato, se o valor da abastecida ficar em R$ 1,05, vc só paga R$ 1,00 mas se ficar em R$ 0,95 vc paga R$ 1,00 tambem e boa viagem.

Hoje rumo a Ciudad Bolívar (690Km), os primeiros kilometros já são dentro do Parque Nacional de Canaima, clima é um pouco mais frio na Gran Sabana, aqui chegarei até 1.400 metros de altitude a vegetação é rasteira.



A estrada que corta as colinas e muito boa, sem buracos e com pouco movimento, curvas a todo instante, muita neblina e garoa. Por durante todo o percurso ha pequenas cachoeiras (saltos) que podem ser visto da estrada pena que nesse dia o tempo não estava propicio. Para motos com pequena autonomia aqui é bom ter uma reserva de combustível, houve um momento que pensei que is ficar na estrada, tive que sair da via principal uns 15 Kilometros para ir até El Dorado para abastecer.


Chega um momento em que a paisagem muda radicalmente, acabam as vegetações rasteiras e passa a predominar uma floresta imensa e densa, com a natureza insistindo em pegar a estrada de volta. Tem lugares em que a mata fecha a estrada por cima e a escuridão toma conta. No meio da floresta tem uma lugar chamado "Piedra de La Virgem" , protetora dos viajantes que já avisa que a estrada é muito perigosa. A locais que ela beira um precipício que não é notado, devido a uma estreita faixa de arvores de alguns metros e depois vem o abismo.

No Km 88, numa vila chamada Las Claritas tem uma conveniência muito boa chamada "Lar das Princesas", é uma das poucas nesse trecho.

Em Utapá começa a pista dupla, muito bem conservada graças a um pedágio de R 0,05 (Cinco centavos de real).

A Próxima cidade é Ciudad Guayana que tem o transito pouco confuso, ainda mais pra quem não fala nada em espanhol, mas é uma grande cidade ás margens do Rio Orinoco.



Depois de mais 90Km e ter cruzado uma ponte muito bonita sobre o Rio Orinoco, um dos maiores da América do sul, chego em Ciudad Bolívar. Me hospedei no hotel Transmontano, próximo de Internet, farmácias, padaria e restaurantes, muito bom e diária de U$$ 17,00

0 de fevereiro de 2006: saio bem cedo para procurar um lugar para trocar o óleo da moto, achei uma autorizada Yamaha chamada Gorgones. eles tem um estoque de peças invejável, tudo que vc imaginar para bicicletas, maquina de costura e óbvio motocicletas a loja tem, mas a oficina deixa a desejar. Saí de la...só depois fiquei sabendo...com quase 5 litros de óleo na XT.

Feito toda essa lambança na moto, segui para Porto La Cruz(318Km), cidade litorânea da Venezuela, é onde se pega o Ferry para Isla Margaritha. Cheguei as 14:00h e já fui direto comprar o bilhete pois a embarcação sai as 16:00h. Depois de umas 2 horas de fila consegui comprar o bilhete para as 8:00h do dia seguinte.

O Valor da Passagem no Ferry Express(Luxo) por pessoa e de U$$ 16,70 e para a moto acima de 500cc é de U$ 28,00.

Na orla marítima tem vários hotéis para todos os Bolsos, mas não deixe de ver o quarto antes, isso pode evitar aborrecimentos. A cidade tem praias bonitas e movimentada com restaurantes, shopping e Internet próximos a praia.


11 de Fevereiro de 2006: Embarquei as 8:00h no Ferry para Isla Margaritha. No Porto é tudo muito bem organizado, sai 2 tipos de Ferry, o Express que é o luxo que faz a viagem em 2:00h e o tradicional faz em 5:00h. Embarquei no Express, com ar condicionado, poltronas confortáveis, bar a bordo,etc....



Cheguei em Isla Margaritha as 11:00h


11 de fevereiro de 2006: Ooobaaa!, Cheguei no meu destino as 11:00h, primeira coisa que fiz foi procurar um hotel para deixar as tralhas e ir para as praias, mas achei uma dificuldade que não esperava. O fato de estar sozinho é um problema devido ao fato dos hotéis não disponibilizarem apartamentos individuais e eu não estava disposto a pagar um apartamento duplo em hotel 3 estrelas para ficar sozinho, as diárias em média custavam U$$ 45,00. É normal encontrar hotéis com racionamento de água pois a mesma vem do continente por que em Isla Margaritha não tem fontes naturais de água doce para suprir o abastecimento local.

Em Isla Margaritha tem uma infinidade de Praias ótimas. No lado sul destaca-se a Playa Guacuco escondida entre as colinas, lugar mais tranqüilo, pra quem gosta de curtir natureza e calmaria. Mais adiante esta Playa El Água que é mais agitada, praia linda e bem estruturada com várias lojas e restaurante de todos os tipos. Em El Água tem vários hotéis com preço médio de U$ 40,00.


A primeira praia que conheci foi a Playa Guacuco, muito bonita e bem calma, para chegar la tem que sair da via principal da Ilha que segue para Playa El Água uns 5 Km. Incrustados nas colinas tem vários hotéis com paisagem fantástica das águas azuis do mar do Caribe.



Mais a frente esta a Praia El Água, que eu achei a melhor da Ilha. Assim que cheguei já vi vários restaurantes e lojas de Internet mas o que eu queria mesmo era comer, pois já passava das 3 horas da tarde. Depois de dar um mergulho me acomodei em um dos vários restaurante e de entrada apreciei umas 15 ostras pequenas, depois um Pargo assado com algumas cervejas e parece que o cansaço da viagem inteira baixou tudo de uma vez, mas me mantive aceso para conhecer melhor aquela mistura de gente de toda a parte do mundo e costumes como o topless. Já a noite depois de descansar no hotel vou pegar a moto para dar umas voltar em Porlamar e vejo um bilhete na minha moto. Um camarada que é daqui de Cuiabá-MT e que mora em Isla Margaritha a 12 anos viu a placa da moto, mas que mundo pequeno é esse nosso.

2 de fevereiro de 2006: Hoje é um dia especial para mim, é meu aniversário. Estou pegando o hábito de passar meu aniversário em lugares remotos. Em 2004 passei meu aniversário em Machu Picchu no Peru e em 2007 deverá ser em Ushuaia ou Deserto do Atacama, estou torcendo para que esse costume perdure.

Logo cedo fui procurar o Conterrâneo, proprietário do Bodegon 100% (bar), a uma quadra do centro de Porlamar. Tive sorte pois conheci o Samir, que por coincidência estava esperando uns amigos de Goiânia-GO que já tinham uma programação para a tarde. Combinamos de nos encontrar as 13:00h, enquanto isso fui conhecer o lado norte da Ilha.



A vegetação em Isla Margaritha fora da área urbana é formada por uma mata tropical que é cortada por estreitas estradas asfaltada o que torna andar pela Ilha uma viagem muito prazerosa, com seus quase 300 Km de malha rodoviária. A primeira cidade que fui visitar foi Juan Grieco, cidade pequena com praia urbana calma com muitos barcos de pesca, saindo dali fui seguindo o litoral norte da Ilha, tem praia para todos os gostos, de águas calmas ou agitadas, rasas ou profundas, para pratica de esportes, etc...,etc... A Próxima praia foi Zaragoza, acesso isolado mas com infra-estrutura completa de Hotelaria e restaurantes, predomina famílias, praia sem agitação. Segui adiante para conhecer um mirante de onde é possível avistar as melhores praias e que proporciona um fantástico pôr do sol, falo desse lugar mais a frente. Já retornando, conheço La Asuncíon, capital da província com suas várias igrejas centenárias e bem conservadas.

Já em Porlamar fui para o Bodegon 100%, encontramos com a turma de Goiânia e seguimos rumo a Playa El Água, mas no meio do caminho paramos para almoçar e vi o quanto os preços nas praias são abusivos. O mesmo prato que na praia estava U$$ 16,00 aqui estava a metade do preço, bem que isso acontece no Brasil também. Mais tarde chegou um grupo de pessoas de Manaus-AM, como a conversa estava boa, ficamos por ali mesmo. No final da tarde seguimos para o mirante que eu já havia ido na parte da manha só que agora por outra estrada e com sol, pois de manha em vários pontos da ilha peguei chuva.

A Paisagem é muito linda, o lugar fica lotado de gente no final do dia. Bem abaixo esta o Hotel Hesperia, o mais caro da Ilha com diárias de U$$ 300 e qualificação 5 estrelas, ficamos por ali até anoitecer e por fim me despedi dos novos amigos, o Rui com a turma de Goiânia e de Manaus iam ficar mais alguns dias e eu já no dia seguinte estaria voltando para o continente.



ao Chegar no Hotel, ainda deu tempo para correr até o Porto para ver se comprava o bilhete do Ferry mas infelizmente não foi possível, o bilhete só é vendido no dia da viagem.

13 de fevereiro de 2006: Acordei cedo, o bilhete para o Ferry de volta para o continente é vendido a partir das 5 horas da manha e a quantidade é limitada. Na hora da compra uma surpresa agradável, no Ferry tradicional o valor é a metade do preço do Express mas o tempo de volta é o dobro, 4 horas de viagem.

Chegando em Porto La Cruz, como não estava confiando na troca de óleo feita em Ciudad Bolívar, fui até uma autorizada Yamaha, a loja não disponibilizava de serviços mecânicos, somente peças, mas tive o prazer de ver de perto XT660 X, muito linda que maquina! Fui indicado a ir numa oficina pequena, mas onde o pessoal sabe o que esta fazendo, o nome do proprietário é o Luiz Ramires, a oficina fica a uns 200 metros do Polhos Arturo´s. Minha moto estava com quase 5 litros de óleo , que no Gorgones em Ciudad Bolívar foi misturado óleo novo com velho.

Aqui me vi em um dilema, havia planejado ir para Mérida, quase fronteira com a Colômbia para conhecer o maior teleférico do mundo com 16 Km de extensão e na volta visitar Salto Angel, uma cachoeira com 976 metros de altura, mas o fato de estar sozinho me fez re-pensar o trajeto. Para visitar Salto Angel é necessário grupo de no mínimo quatro pessoas e eu corria o risco de ficar dias esperando formar esse grupo, então pensei em uma nova viagem, voltar a Machu Picchu, só que agora pela Trans-Pacífico que não passa pela Bolívia e seguir pelo Equador, Colômbia e novamente Venezuela pelo sentido contrário, será uma bela viagem. A Venezuela tem um litoral muito extenso, somado as Ilhas do Caribe como Curaçao e Aruba seria necessário uns 2 meses para visitar tudo.

Segui para Ciudad Guayana(408Km), me hospedei no hotel Havana Cuba, com apartamento completo diária no valor de U$$ 12,00 bem localizado, em frente ao Drive Thru do MacDonald.

14 de fevereiro de 2006: Segui para Santa Helena do Uairen(601Km), fronteira com o Brasil, dessa vez tive mais sorte ao passar pelo Parque Nacional de Canaima. Na ida para Isla Margaritha peguei chuva em vários pontos e tempo fechado, nem foi possível avistar o Monte Roraima e visitar os saltos, mas dessa vez com tempo limpo pude ver melhor o quanto e bonita essa região.



Monte Roraima é visualizado durante todo o percurso na Gran Sabana, surpresa são os ventos laterais que davam sustos a cada instante, a moto é literalmente jogada para fora da pista, tem que ficar atento. Várias saltos são avistados da estrada, seria necessário um dia inteiro para visitá-los, conheci um dos mais famosos que é o Salto Kama Meru, havia várias vans no local, gringos e alemães são comuns encontrar naquela região

Cheguei em Santa Helena do Uairen as 17:30h e os postos já haviam fechado, fui direto para uma Lan-House tentar saber como e onde estava Bráulio e por coincidência, lá estava ele pendurado na Internet. Nessa noite ficamos hospedados na pousada Michelli, ponto de encontro das pessoas que se aventuram aqui por essas regiões, principalmente Monte Roraima, diária de U$$ 10,00, jantamos comida chinesa a U$$ 3,00 por pessoa.

Na Venezuela os preços são semelhantes ao Brasil, com exceção da gasolina, apenas tem mais 3 zeros na moeda, o cambio que fizemos foi de 1 real para 1.071 Bolívares.

15 de fevereiro de 2006: Seguimos para Rorainópolis-RR(514Km), Bráulio esqueceu que não tem posto de gasolina nesse trecho até Boa Vista-RR e enrrolou o cabo da Falcon, adivinhei quando ele deu sinal, havia acabado a gasolina e já foi encostando logo após a cabeceira da ponte. O camarada tem tanta sorte que tinha um posto de gasolina logo em seguida, não foi preciso nem empurrar a moto.


16 de fevereiro de 2006: Rumo a Manaus(496Km), saímos cedo já dispostos a enfrentar a reserva dos Waimiri Atroari. No lado de Roraima tem muito buraco, estrada perigosa e eles insistem em colocar placas de que é proibido parar, com as estradas daquele jeito, isso é impossível.

Na saída do parque, paramos no primeiro posto de gasolina para abastecer e comer alguma coisa e lá encontramos uns jornalistas que iam fazer uma matéria na reserva, conversa vai e conversa vem, comentei que em 2004 havia ido pra Machu Picchu e Nazca no Peru, um deles virou e falou que lembrava de mim mas não sabia de onde, era do site www.pantanalmachupicchu.cjb.net que ele já havia visitado, é bom saber que relatando essas viagens, mostramos para todos o quanto é bonito esse mundo nosso e conhecê-los de moto é melhor ainda.



Chegamos no final da tarde em Manaus-AM, ficamos na dúvida se voltaríamos por Belém-PA ou Porto Velho-RO, ficamos com a segunda opção. A Noite saímos para conhecer melhor Manaus, andamos 37 Km para visitar uma casa de show de forró, quando chegamos, estava fechado, valeu pelo passeio, Manaus é uma cidade linda, vimos um show do Boi Garantido num barzinho na Praia Ponta Negra e jantamos num bar onde estava tendo carnaval para a terceira idade, é mole? e pra completar caiu uma chuva muito forte na hora de ir embora e eu a peguei inteirinha de camiseta e bermuda, muito pra um só dia.


17. 18, 19 e 20 de fevereiro de 2006: Hoje pegamos o barco para Porto Velho-RO, pagamos R$ 230,00 pela viagem incluído a moto.

Aqui repetiu-se a história da ida para Isla margaritha só que ao invés de três dias, agora são cinco rio acima. O Barco estava mais vazio e com menos carga, foi tudo tranqüilo, com exceção de uma maluco que pensava que todos no barco queria matá-lo, chegou uma hora que pulou do barco e foi nadando até a margem, o barco deu a volta, desceu um grupo de pessoas para procurá-lo naquela mata fechada, perdemos ali quase uma hora atrás daquele doido.

No barco fiquei sabendo de uma festa chamada "Festa do Sol" que ocorre no final de agosto em Labrea-AM, uma cidadezinha a 200Km de Humaitá-AM. É uma festa de praia, onde as vias de acesso são por água, pelo rio Purus ou por terra. Essa festa é invadida por ralizeiros que aproveitam a estrada para fazer trilhas, quanto pior a estrada melhor e a cidade fica menor ainda para tanta gente. De Cuiabá-MT até la são dois dias e meio de viagem, um passeio a pensar.

Chegamos em Humaitá-AM já era noite e resolvemos ficar ali mesmo, assim ganharemos um dia pois o barco só ia chegar em Porto Velho-RO no dia seguinte as 18:00h, nos hospedamos no hotel Brasil, diária R$ 60,00, apto. duplo completo mas sem estacionamento.


21 de fevereiro de 2006: Hoje será o trecho mais longo a ser percorrido em toda a viagem, até Vilhena-RO, são 942 KM e também a pior estrada de todas, esse trecho na ida, fizemos de táxi. Chegando em Porto Velho-RO tem uma Balsa que atravessa os veículos sobre o Rio Madeira, moto não paga. Passamos direto por Porto Velho-RO, resolvemos parar em Pimenta Bueno-RO para trocar o óleo das motos, ficamos ali mais de uma hora, seguindo em frente em Ji-Paraná-RO tive que trocar a pastilha de freio traseira da XT600 que já estava no fim. Chegamos em Vilhena-RO as 19:45, foi um dia cheio e a bunda já merecia um descanso, ficamos no mesmo hotel da ida.

22 de fevereiro de 2006: O bom filho a casa torna, nosso destino hoje é Cuiabá-MT. Chegamos por volta das 15:00h, paramos em uma conveniência antes, por um instante ouve um silencio e pensamos que mais um sonho acabara de ser concretizado, graças a Deus sem problemas de estrada, nem um pneu furado e ali mesmo, com a bunda ainda formigando, já pensamos na próxima viajem que deverá ser em 2007 para Ushuaia na Argentina e retornando pelo Deserto do atacama no Chile e Salar Yuni na Bolívia, serão 20.000 Km mas isso será uma outra história.
Para que a Expedição Isla Margaritha se realizasse, foi necessário muito planejamento . A Internet foi uma fonte muito grande de informação, e também o meio de nos comunicarmos durante a viagem. Agradecemos aos nossos colaboradores Loja Motão peças, acessórios e serviços que nos auxiliou na preparação das máquinas, Pneus Samson e à Móbil Lubrificantes de Mato Grosso, empresas localizadas em Cuiabá-MT.